Fraude no cartão de crédito: quem fica com o prejuízo?
Você não é responsável por fraudes com cartão de crédito, mas alguém tem de pagar a conta. Tem havido muita publicidade em relação à fraude e à segurança de cartões de crédito, em grande parte devido ao grande volume de cartões que tem sido emitido nos últimos anos, com o respectivo aumento no número de fraudes também. Como resultado de qualquer violação de segurança de cartão de crédito, sempre haverá custos associados. Não são apenas compras fraudulentas, mas cada custo é suportado por entidades diferentes, dependendo da situação.
Fraude no cartão de crédito e o prejuízo
Vamos começar com algo amplo, como uma grande empresa de vendas online ou presenciais. Nesse caso, a primeira série de perdas ocorre na loja ou empresa na qual foi realizada a compra, para qualquer mercadoria comprada e / ou enviada. Isso pode chegar a milhões de reais em estoque perdido, dependendo do tamanho da fraude.
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Em seguida vem as cobranças reais. Os portadores de cartão não podem ser responsabilizados e, portanto, não devem arcar com essas compras. Os bancos que fazem parceria com os cartões são os perdedores iniciais. As fraudes comprovadas foram feitas por ladrões que obviamente não pagariam as faturas. Os bancos, em vez disso, se voltam para a empresa online ou presencial e esperam terem suas dívidas liquidadas, o que pode resultar em vários processos judiciais.
Portanto, agora o fardo retorna à loja inicial, que provavelmente será considerada responsável pela violação devido à falta de segurança, resultando em grandes prejuízos ou, pelo menos, uma longa batalha judicial.
Mas nós não terminamos. Todos esses cartões de crédito precisam ser substituídos. Agora estamos de volta aos bancos, que precisam emitir novos cartões. No caso da própria empresa que sofreu a fraude ser a emissora dos cartões, o prejuízo voltará a ser dela, pois os bancos irão cobrar o prejuízo da emissão dos cartões.
Golpe de cartão de crédito e os riscos para pequenas empresas
A situação é pior para os proprietários de pequenas empresas. Uma grande empresa não ficará satisfeita com as perdas massivas, mas os pequenos empresários podem ser destruídos. Se os fraudadores usarem dados roubados de cartões com um determinado comerciante e o comerciante entregar o produto, ele sai com o produto, e isso é só o começo.
Os bancos podem então solicitar a ele o reembolso por permitir as transações fraudulentas. Além disso, o processador de pagamento aprenderá sobre a fraude e encerrará a conta de processamento ou a bloqueará temporariamente.
Normalmente, no entanto, são os bancos que mais se machucam. Isso inclui pequenos bancos regionais. Os contratos com as bandeiras de cartões geralmente cobram o ônus do reembolso de fraude no banco. Um pequeno banco pode ser atingido com um grande reembolso de fraude se a violação for séria o suficiente. Pior, se o próprio comerciante estiver de alguma forma envolvido, isso pode impossibilitar a recuperação do comerciante.
Empresas que vendem com cartão, num geral, precisam comprovar com a operadora a entrega do produto ou serviço. Dessa forma podem tentar reverter o chargeback, ou seja, o retorno do pagamento. Quando a fraude chega a acontecer por descuido da empresa, como um site não seguro, uma máquina de cartão fraudulenta, ou algo do tipo, a empresa deverá arcar com os custos.
E quanto a fraude de cartão de débito?
No mundo dos cartões de débito, a fraude está diminuindo,. As perdas por fraude são geralmente compartilhadas entre emissores de cartão e comerciantes. O emissor tem sido historicamente afetado com cerca de 60% da perda, com quase todo o restante indo para o comerciante. Os emissores pegaram a maior parte das perdas quando o cartão estava presente, mas foi fraudulento, enquanto os comerciantes pegaram a maior parte das perdas quando os cartões não estavam presentes.
O cliente fica com o prejuízo?
Raras são as situações em que o cliente ficará com o prejuízo da fraude. O que pode acontecer é uma demora para o estorno da fraude ou, por descuido, o proprietário do cartão não reclamar nem comunicar a empresa emissora do cartão sobre a fraude detectada. Nesses casos, pode ser necessário para o cliente do cartão entrar com ação na justiça, e o processo para reaver o dinheiro pode demorar um pouco.
Os tipos de fraudes de cartão
Existem muitos tipos de fraudes com cartões de crédito, e elas mudam com tanta frequência quanto as novas tecnologias permitem novos cibercrimes que é quase impossível listar todos eles. Mas existem duas categorias principais:
Fraudes de cartão não presente
Esse tipo de fraude mais comum ocorre quando as informações do titular do cartão são roubadas e usadas ilegalmente sem a presença física do cartão. Esse tipo de fraude geralmente ocorre on-line e pode ser o resultado dos chamados e-mails de “phishing” enviados por fraudadores que se fazem passar por instituições confiáveis para roubar informações pessoais ou financeiras por meio de um link contaminado.
Fraudes de cartão presente
Isso é menos comum hoje em dia, mas ainda vale a pena ficar atento. Muitas vezes, ele assume a forma de “clonagem” – quando um vendedor desonesto passa o cartão de crédito de um consumidor em um dispositivo que armazena as informações. Depois que esses dados são usados para fazer uma compra, a conta do consumidor é cobrada.
O mecanismo de uma transação com cartão de crédito
A fraude com cartão de crédito é facilitada, em parte, porque as transações com cartão de crédito são um processo simples, em duas etapas: autorização e liquidação.
No início, os envolvidos na transação (cliente, emissor do cartão, comerciante e banco do comerciante) enviam e recebem informações para autorizar ou rejeitar uma determinada compra. Se a compra for autorizada, ela é liquidada por uma troca de dinheiro, que geralmente ocorre vários dias após a autorização.
Uma vez que uma compra tenha sido autorizada, não há como voltar atrás. Isso significa que todas as medidas de detecção de fraude devem ser feitas durante a primeira etapa de uma transação.
Uma vez que empresas como Visa ou Mastercard (as bandeiras) licenciaram suas marcas para um emissor de cartão – um credor como um banco ou empresa de varejo – e para o banco do comerciante, eles consertam os termos do contrato de transação.
Em seguida, o emissor do cartão entrega fisicamente o cartão de crédito ao consumidor. Para fazer uma compra com ele, o titular do cartão entrega o cartão ao fornecedor (ou, online, insere manualmente as informações do cartão), que encaminha os dados sobre o consumidor e a compra desejada para o banco do comerciante.
O banco, por sua vez, encaminha as informações necessárias para o emissor do cartão para análise e aprovação – ou rejeição. A decisão final do emissor do cartão é enviada de volta ao banco do comerciante e ao fornecedor.
A rejeição só pode ser emitida em duas situações: se o saldo na conta do titular do cartão for insuficiente ou se, com base nos dados fornecidos pelo banco do comerciante, houver suspeita de fraude.
Suspeitas incorretas de fraude são inconvenientes para o consumidor, cuja compra foi negada e cujo cartão pode ser sumariamente bloqueado pelo emissor do cartão e representa um dano à reputação do fornecedor.
Como combater fraudes nos cartões?
Com base em minha pesquisa, que examina como as técnicas estatísticas e probabilísticas avançadas podem detectar melhor a fraude, a análise sequencial – juntamente com as novas tecnologias – é a chave.
Graças ao monitoramento contínuo dos gastos e informações do titular do cartão – incluindo o tempo, o valor e as coordenadas geográficas de cada compra -, deve ser possível desenvolver um modelo computacional que calcule a probabilidade de uma compra ser fraudulenta. Se a probabilidade ultrapassar certo limite, o emissor do cartão receberia um aviso.
A empresa poderia então decidir bloquear o cartão diretamente ou realizar investigações adicionais, como chamar o consumidor. A força desse modelo, que aplica uma teoria matemática bem conhecida, chamada de teoria da parada ótima para a detecção de fraudes, é que ela visa maximizar o retorno esperado ou minimizar o custo esperado. Em outras palavras, todos os cálculos teriam como objetivo limitar a frequência de falsos alarmes.
Mas, enquanto isso, reduzir significativamente o risco de ser vítima de fraude de cartão de crédito, aqui estão algumas regras de ouro.
Primeiro, nunca clique em links em e-mails que solicitam informações pessoais, mesmo que o remetente pareça ser seu banco.
Em segundo lugar, antes de comprar algo online de um vendedor desconhecido, pesquise o nome do fornecedor para ver se o feedback do consumidor foi positivo.
E, finalmente, ao efetuar pagamentos on-line, verifique se o endereço da página começa com “https://”, um protocolo de comunicação para transferência segura de dados, e confirme se a página da Web não contém erros gramaticais ou palavras estranhas. Isso sugere que pode ser um falso projetado apenas para roubar seus dados financeiros.
Ficou alguma dúvida? Deixem nos comentários suas perguntas e iremos ajudar!
Sobre o autor
Quem não tem amigos e familiares dizendo que estão sem dinheiro? Como especialista em educação financeira e consultor empresarial com mais de 300 horas de cursos, André decidiu ajudar compartilhando seu conhecimento através de artigos neste blog. André tem graduação em pedagogia e especialização em padronização de processos e usa seu conhecimento para ensinar seus leitores a lidar melhor com o dinheiro.
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